17.8.06
Um Ditador a Menos
Morreu, em Brasília, o ex-ditador do Paraguai, Alfredo Strossner.
A notícia, políticamente, interessa mais aos paraguaios que conviveram com Strossner durante tanto tempo e que tanto tempo sofreram com ele.
Mas pelo lado da literatura, a a ditadura de um país que lembra tudo menos seriedade gerou, pelo menos, um grande livro.
A Revolução de Bicicleta, do argentino Mempo Giardinelli, o mesmo de Luna Caliente, é o retrato de um povo sofrido, longe de bens, da riqueza, do progresso e de todas as possibilidades de o ser humano deixar de ser sub-humano.
Um homem que acreditava ser possível mudar a sua própria história percorre o país de bicicleta tentando fazer com que os outros também acreditem que é possível reverter aquele quadro de desamparo e desesperança.
Morre mais um ditador e não deixa saudades.
Mas muita gente morreu antes e pela mão dos que trabalhavam com Strossner.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
3 comentários:
Giácomo
Penso que, cada vez que morre um ditador as humanidades agradecem.Obrigada pela dica do livro!
Bjs
... ah, não deixa saudades mesmo.
Ser lembrado pela história como um ditador e morrer no ostracismo(não para as suas vítimas) não é nada dignificante, mas é o mínimo que eles merecem pelas atrocidades que cometeram ou permitiram que acontecessem.
Bjos.
Postar um comentário