29.12.05
2006 Está Chegando! Brinde!!!
Madame - Le Figaro/Paris
Les nouvelles manières du champagne
DECANTAR – Não é crime. Desde que seja um vintage e procedido com a leveza “glissante” de uma dama ao sentar-se com graça em um evento de gala.
CURTIR A SÓS – Indicado para dias tristes. A gente desperta para a vida como uma arrancada de um carro.
GELE-O – Sem medo do paladar ou do olhar desaprovador do sommelier, como fez Hemingway. Gelar, sim; congelar, nunca.
PASSE PELO DEMI-SEC – Mas não o ignore. É uma questão de guardá-lo brevemente, para que a sua dimensão açucarada cuide do resto e reserve boas supresas para o futuro próximo.
ANTECIPAR – Ao mesmo tempo em que abre o apetite, é leve e celebra os convivas.
LEVE-O À MESA – Se começou com ele, por que não continuar com ele? É um companheiro experiente, que viu lágrimas, alegrias, misérias e momentos fulgurantes. E sabe sentar-se à relva e, na companhia de um salame, manter a mesma majestade da companhia de ostras, peixes, queijos e sobremesas.
DEIXE-O EM SUA INOCÊNCIA – É um vinho à parte, à prova de expertos, considerações e grandes análises, a não ser a de prová-lo, fechar os olhos e abrí-los em outro universo.
ESQUEÇA TUDO – Esqueça as regras do vinho. O champanhe não as observa e até as contraria, por ter várias origens, por confundir suas pistas, por serem tão iguais, mas tão diferentes. É um vinho para a cabeça, que prefere sonhar em outros vinhedos.
LIBERTE-O – A vocação do champanhe é ser liberado para a vida. Não deixo de sentir compaixão pelos amadores que me exibem, orgulhosos, suas adegas de champanhe.
PELA BELEZA DO GESTO – O champanhe não é uma bebida de roqueiros. Não é coincidência, no entanto, que seja personagem de Flaubert, Maupassant ou Fitzgerald, ou que prefira a nobreza do salão ao agito urbano. É um vinho ereto e que conduz, naturalmente, o gesto elegante.
ASSUMA O LADO FEMININO – O champanhe nunca foi um vinho viril. Começa aí a sua ligação íntima com as mulheres, que entendem em sua companhia uma dose de magia, um breve de sonhos solúveis, um brilho de inteligência comunicativa e uma fonte de supresas e momentos inesperados.
By Blog de Luciana Fróes
O Globo
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