25.10.05
Seca - O desespero pela água - JN - 25/10/2005
E hoje entrou no Jornal Nacional mais uma matéria sobre a seca.
Desta vez, mostramos o desespero das pessoas em busca da água.
Só esses caminhões-pipa podem ajudar.
Mas eles são o símbolo do descaso e da falta de políticas públicas que contemplem e resolvam mesmo os problemas do semi-árido.
Há programas de ONGs de construção de cisternas que têm ajudado muito.
Mas esse ano, nem as cisternas suportaram a seca. A água da chuva que foi armazenada nesses reservatórios domésticos já acabou.
Sem falar em barragens, açudes, aguadas.
Segue o texto que foi ao ar no JN.
Bahia sofre com a seca
Estiagem afeta 600 mil pessoas no estado.
Os caminhões-pipa fazem fila para carregar água. O principal açude de Uauá, no sertão da Bahia, está com apenas um terço da capacidade, mas ainda garante o abastecimento dos distritos mais atingidos pela estiagem. O caminhoneiro Agostinho Silva já fez 70 viagens e ainda não recebeu pelo serviço.
"A gente tem que fazer um esforço para não ver as pessoas passarem sede. A sede é o pior problema do mundo!", ressalta ele.
No sudoeste do estado, uma cidade inteira – Caetanos, de 12 mil habitantes – também depende dos caminhões. O reservatório da cidade está seco.
Em algumas localidades, o caminhão-pipa nem aparece. Homens, mulheres e crianças são obrigados a enfrentar cinco quilômetros caatinga adentro em busca de um pouco d'água.
A agricultora Valderice de Fátima, de 62 anos, enche o balde. Depois, luta para vencer a ladeira e reclama: "As pernas ficam tremendo, é uma coisa horrível. A gente aqui sofre muito".
A estiagem ainda deve demorar mais dois meses, mas dois agricultores já estão plantando feijão.
"É a fé que a gente tem de um dia ter uma vida melhor", diz o agricultor João Pereira da Silva.
O Ministério da Integração Nacional liberou R$ 4 milhões para o Exército enviar carros-pipa à região da seca no Nordeste e em Minas Gerais – 479 municípios serão beneficiados.
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