A seca no Nordeste
No Nordeste, o problema é a falta de chuva: 412 municípios já decretaram estado de emergência.
O Rio São Francisco ali, pertinho. Distância que se vence com 500 passos. A dona de casa, Nalva Maria de Jesus, seis filhos para criar, vê a comida escassear dia a dia.
“Às vezes dou para os meus filhos comerem um arrozinho. Quando tem, sopinha”, diz ela.
A situação é semelhante em todo o sertão nordestino. Desde fevereiro não chove na região. Em toda a Bahia, 43 municípios já decretaram estado de emergência.
“Aqui para nós a vida é água. Faltou a água tem que ter sofrimento, não é?”, fala Antônio Joaquim da Silva, agricultor.
Em toda a região, mais de 70% das pequenas barragens e açudes já secaram. Em centenas de localidades, a água só chega através dos caminhões pipa. A estiagem também já causa prejuízos. Os animais, obrigados a beber do que resta de uma água barrenta, ou morrem de sede ou de doenças.
“Todo ano é desse jeito. Quando chega do mês de junho em diante, já começa essa situação aqui para a gente”, comenta Miguel Nunes, agricultor.
Muitos já partiram em busca de emprego. Foi o que aconteceu com os seis filhos de Dona Amélia, 84 anos e de Eduardo Santos, 94 anos. Para eles, a comida acabou há três dias.
“Hoje eu comi um café com farinha e mais nada”, conta Eduardo Santos, agricultor.
Nas horas mais difíceis, a ajuda dos amigos é fundamental.
“Eu fico com a cabeça sem saber o que faz da vida e de repente vem um vizinho com uma colherinha de feijão, uma xicrinha de arroz e aí o dia passa”, diz Paulino José de Souza, agricultor.
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