Terminei de ler O Caçador de Pipas, do Khaled Hosseini.
Ainda que o final force um pouco a barra, a solução me pareceu correta.
E as brincadeiras com pandorgas, como chamamos no Rio Grande do Sul, me fez voltar um pouco a minha infância.
Eu sempre tive um pouco de dificuldade de manter as minhas pipas muito tempo no ar.
E lá Granja Mangueira (a 70 quilometros do Chuí, na fronteira do Brasil com o Uruguai) éramos proibidos de usar cerol(cerol cortante é a mistura de cola com vidro moído que algumas pessoas passam na linha da pipa para cortar a pipa de outras pessoas). Então derrubar as pandorgas uns dos outros era uma tarefa ainda mais difícil. Normalmente se enroscavam e caíam as duas que lutavam pela supremacia no ar.
Área de campanha, descampado, o vento soprava muito forte no inverno e se não tivéssemos armado direitinho o papel, a cola e as varetas, era muito provável que nem precisasse de briga no ar: as pandorgas caíam sozinhas.
Mas não lembro de existir a figura do caçador de pipas para exibir as que caíam como troféus. Quem corria atrás eram sempre os meninos mais pobres.
Era bonito ver o céu da minha infância colorido pelas pipas.
Hoje, nas favelas do Rio e de São Paulo, as pandorgas perderam um pouco da inocência infantil e estão servindo de sinalização para o tráfico de drogas.
Uma cor para cada situação.
Os meninos perdem a infância e a infância vai perdendo suas referência.
Brincar com as pipas? Uma arma pode ser mais interessante!
Ainda recordo uma música que ouvia quando era um guri de calças curtas e tamancos no sul do Rio Grande do Sul.
Pandorga, Papagaio, Pipa
Pandorga, papagaio, pipa
Para o menino empinar
Um pouco de papel de seda
Um bom carretel de linha
Para o menino esticar
Pandorga, Papagaio, pipa
Para o menino empinar
Com as fibras do meu peito
Minha linha vou tecer
Com as cores do meu sonho
Minha pipa vou erguer
(Armando Cavalcanti)
13.5.06
Pandorga, Papagaio, Pipa.
Terminei de ler O Caçador de Pipas, do Khaled Hosseini.
Ainda que o final force um pouco a barra, a solução me pareceu correta.
E as brincadeiras com pandorgas, como chamamos no Rio Grande do Sul, me fez voltar um pouco a minha infância.
Eu sempre tive um pouco de dificuldade de manter as minhas pipas muito tempo no ar.
E lá Granja Mangueira (a 70 quilometros do Chuí, na fronteira do Brasil com o Uruguai) éramos proibidos de usar cerol(cerol cortante é a mistura de cola com vidro moído que algumas pessoas passam na linha da pipa para cortar a pipa de outras pessoas). Então derrubar as pandorgas uns dos outros era uma tarefa ainda mais difícil. Normalmente se enroscavam e caíam as duas que lutavam pela supremacia no ar.
Área de campanha, descampado, o vento soprava muito forte no inverno e se não tivéssemos armado direitinho o papel, a cola e as varetas, era muito provável que nem precisasse de briga no ar: as pandorgas caíam sozinhas.
Mas não lembro de existir a figura do caçador de pipas para exibir as que caíam como troféus. Quem corria atrás eram sempre os meninos mais pobres.
Era bonito ver o céu da minha infância colorido pelas pipas.
Hoje, nas favelas do Rio e de São Paulo, as pandorgas perderam um pouco da inocência infantil e estão servindo de sinalização para o tráfico de drogas.
Uma cor para cada situação.
Os meninos perdem a infância e a infância vai perdendo suas referência.
Brincar com as pipas? Uma arma pode ser mais interessante!
Ainda recordo uma música que ouvia quando era um guri de calças curtas e tamancos no sul do Rio Grande do Sul.
Pandorga, Papagaio, Pipa
Pandorga, papagaio, pipa
Para o menino empinar
Um pouco de papel de seda
Um bom carretel de linha
Para o menino esticar
Pandorga, Papagaio, pipa
Para o menino empinar
Com as fibras do meu peito
Minha linha vou tecer
Com as cores do meu sonho
Minha pipa vou erguer
(Armando Cavalcanti)
Assinar:
Postar comentários (Atom)

3 comentários:
A impressão que se tem é que,de uma forma ou de outra,já não se brinca mais como antigamente,Giácomo. Otimo fds a vc. Grande abraço!
YES! Um livro! Cadê? Eu quero! Eu quero! Eu quero! Lançamento Quando?
Vendas pela Net? Vamos logo Homem!
Já limpei os óculos!
Parabéns!
Imagino o trabalho e o carinho com que fizeste!
(o verbo na segunda pessoa é homenagem pra ti...)
beijos e beijus
... infâncias e infâncias ...
A minha guardo com carinho.
O resgate é o melhor das lembranças!
;)
Postar um comentário