13.2.07

O Crime Além do Crime

Só uma semana depois consigo postar algumas palavras sobre o brutal assassinato do menino João Hélio Fernandes, morto arrastado pelos assaltantes que roubaram o carro de sua mãe no dia 7 de fevereiro. Claro que todos tínhamos de ficar indignados. E aí começa toda a discussão sobre a idade certa para a maioridade penal - ela deve ser reduzida? -, sobre a legislação que existe mas não é aplicada e a legislação que espera para ser votada mas... os deputados sempre tem outras prioridade$. Eu pessoalmente acho que deveria haver redução na maioridade penal para 16 anos em casos de crimes hediondos. Acho também que teria que haver uma legislação mais rigorosa para manter criminosos longe da sociedade. Mas como? Nessas cadeias que não regeneram ninguém? Com o exemplo que dão as autoridades de que é possível sim sair impune de crimes? Com um país que não se preocupa com uma educação de qualidade que possa dar oportunidades melhores a todos? Com um país que acha que dar Bolsa Família para os pobres é a melhor solução para combater a miséria, a falta de emprego e assim resolver todos os problemas sociais do país? Nada disso justifica a capacidade do ser humano de virar monstros irreconhecíveis até pelas próprias famílias. Mas é de ver tanta impunidade, tanta falta de respeito com as pessoas, tanta gente se dando bem com a falta de aplicação das leis que já existem, que essas bestas humanas acabam perdendo a noção do que é certo ou errado. De repente, um menino de 6 anos vira um boneco sem voz, sem rosto e sem vida para esses bandidos. E é importante que ecoe sempre nas nossas mentes e nas nossas atitudes, o pedido que fez a mãe do menino João: "Eu queria que os governantes tivessem alma e olhassem o João como filho, e não como estatística, só mais um", disse d.Rosa Cristina Fernandes. Ou o que disse o pai do menino: “Só queria que a morte dele não ficasse em vão. Que tudo o que vem acontecendo servisse realmente para marcar uma fase de mudança no nosso país porque coisas como esta não podiam voltar mais a acontecer, as pessoas não podem sofrer como a gente está sofrendo”, disse o pai de João, Elson Lopes Vieites. Será que essa mudança chega? Tenho lá minhas dúvidas.

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