11.3.06
Educação e Descaso
A escola da discórdia.
Ou também poderia ser:
Prefeituras Disputam o Fundef de 59 Crianças.
A briga acontece entre dois municípios da Bahia.
Tremedal e Piripá que ficam na região Sudoeste do estado, a 700 Km de Salvador, querem o direito de receber R$ 43 mil.
São 59 crianças disputadas como se fossem mercadorias.
Na divisa entre os dois municípios, em uma área disputada pelas duas prefeituras, foram construídas duas escolas numa distância de 2 quilometros uma da outra.
Cada prefeitura construiu uma.
Preocupação com a educação?
Nada disso.
As crianças vivem na região e os pais preferiram que elas fossem estudar na escola construída pela Prefeitura de Piripá.
A triste briga é somente pelo direito de receber os recursos do Fundef (R$ 734,00 para cada criança). O Fundef é o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental. ((Dinheiro do imposto que nós pagamos e que muitos prefeitos usam para desviar e enriquecer)).
A coisa está tão grave entre Piriá e Tremedal que um dos prefeitos ameaçou destruir uma das escolas "com trator e mesmo que as crianças fiquem lá dentro!".
A juíza de Tremedal interferiu e parece que a ameaça não vai vingar.
Mas vá dizer para as crianças, os pais e a professora que o perigo está completamente afastado!
Pelo sim, pelo não, fui lá filmei a escola, entrevistei a professora que recebeu a ameaça - se tremia toda, a moça! e guardei o material.
Por enquanto, é só uma triste briga política.
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5 comentários:
Engracado! Em tempos de valorizacao da cidadania e dos direitos humanos, ainda ha espaco para um coronelismo proviciano, que submete escancaradamente o interior da Bahia. So da pra negar com a cabeca e cantarolar aquele jingle: "So se ve na Bahia.. so se ve na Bahia.."
É realmente triste!
A educação devia ser um instrumento de desenvolvimento de um país e não uma estratégia para os responsáveis ganharem dinheiro!!!
E assim vai este mundo...
:)
É uma vergonha, mesmo! Eu já realizei cursos e treinamentos para profesores e diretores em Itapebi (perto de Porto Seguro) e já atuei como professor numa escola pública de Lauro de Freitas. É tudo a mesma coisa. Em Itapebi a disputa por alunos era entre a Prefeitura e o Governo do Estado. Em Lauro de Freitas a instrução (velada) era de não reprovar ninguém, ou o mínimo possível, pois no ano seguinte teria que abrir vagas para outros que viriam.
PS. Lá no Blog tem duas viagens ao passado e ao futuro... São duas matérias. Apareça!
Abs,
Vinicius S Factum
ESte blog eu não conhecia, mas revela grande qualidade!
Um abraço e até breve,
Daniela Mann
É mais que briga política: é falta de noção dos direitos dos cidadãos e falta de coerência.
Isso é caso de polícia, afinal as escolas não são construídas com o dinheiro dos prefeitos nem sobre seus terrenos.Autoritarismo puro.
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